Quanto tempo leva para se mudar uma nação?

Não podia ser diferente, senão um post sobre os acontecimentos recentes dessa nação até então adormecida. Enfim ouviu-se o brado heroico e retumbante.

Acompanhei e participei ativamente dos atuais protestos que começaram a engrandecer nosso país, mas em meio aquele mar de gente sorridente, me ocorreu uma pergunta que acredito valer a reflexão: Quanto tempo se leva para mudar uma nação?

O Brasil começou um processo de mudança. Isso por si só já é um gigantesco avanço para nossa pátria amada tão inerte e acomodada. Daqui a alguns anos, espero que possamos falar dos dias atuais com orgulho do que conseguimos assim como nossos pais falam do fim da ditadura.

Digo espero, porque creio que, para se mudar uma nação, leva tempo. Não é em um dia ou dois que conseguiremos realmente revolucionar esse país assolado pela corrupção, jeitinho, descaso e regalias de poucos.

APOIO totalmente os protestos, principalmente por se tratar de uma manifestação apartidária e futuramente terei orgulho de dizer aos meus filhos que participei desse movimento. Vejo nos protestos, inúmeras pessoas indignadas. Isso é fundamental. Não aguentamos mais. Mas meu temor é que, no meio desse protesto, as pessoas esqueçam a sua essência; que no meio de muitos engajados, acabemos apenas virando mais uma vez massa de manobra. É muito fácil esquecer.

Acho que agora é a hora de mantermos esse espírito de luta. Buscarmos um país que não desperdiça 1,5 bilhão de reais num único estádio e deixa nossa BR-101 sul ao descaso, causando milhares de mortes por ano. Buscarmos um país que invista em saúde, educação, infraestrutura e cultura. Um país que faça jus a sua grandiosidade.

Está na hora de lutarmos por uma mudança nessa estrutura política que está afundando nossa nação. Não vamos apenas ser massa de manobra de uma direita para retirar a “outra direita” do poder. Não vamos nos contentar com o ruim ou o menos pior. Vamos assumir as rédeas desse país. Vamos buscar uma mudança de verdade. Temos esse poder. As ruas estão demonstrando isso.

Creio que uma mudança significativa levará tempo, mas devemos começar pela próxima eleição. Vamos votar por alguém que valha a pena. Não apenas ficarmos reféns aos dois ou três grandes partidos que se revezam no poder, embolsando o máximo de dinheiro possível no período de seus mandatos. Não vamos optar apenas pelos “mensalões” e “privatizações”. Vamos em busca de algo novo. Algo que realmente mude.

Essa é a hora de começarmos a realmente fazer nossos papéis como cidadãos e iniciar a mudança que tanto desejamos para termos um país melhor para nossos filhos e netos. Um país em que a tarifa de ônibus lotados não seja R$ 3,20. Um país em que as estradas não sejam vergonhosas. Um país em que se prioriza o gasto do dinheiro público com pão e circo ao invés de saúde e educação. Um país em que bancos não lucrem bilhões e bilhões de reais cobrando juros impraticáveis. Um país em que aeroportos e metrôs não sejam artigos de luxo. Um país em que políticos não votem seus aumentos salariais desvairadamente num acordo de não agressão entre os poderes. Um país em que bandidos não se tornem ministros…

Essa é a hora de mudarmos nossa nação! Não apenas começar e daqui a dois anos esquecermos e nos rendermos à política de direita e direita que se reveza no poder como um cão que não larga o osso.

Assim como o conhecimento, a mudança leva tempo, mas depois que você a incorpora, não há retrocesso.

Vamos construir uma nova nação!

Tiago Haubert

Tiago Haubert é escritor e sonhador, empresário idealizador da marca de roupas FORS e advogado. Mantém o blog Causos de um aspirante a escritor que traz dicas para escritores e tem o intuito de apoiar a literatura nacional. Escreve também no “blog Tiago Haubert” do site “Tudo sobre floripa”. Em 2015 terá seu primeiro romance – Enigmas dos Sonhos: O Pergaminho Encantado – publicado pela Editora Selo Jovem.

3 comentários

    • Olá Cristiano,

      No texto o que quis retratar como direita seria a nuvem nebulosa que permeia nossa política onde a oposição é pautada apenas por interesses individuais. Evidente que existem divergências ideológicas entre as dicotomia genérica que estou tratando na nossa política, mas, lá no fundo, ambas são financiadas pelas mesmas pessoas. Seria esse meu ponto ao estabelecer duas direitas. Claro que vemos oposições menores crescendo, mas infelizmente elas ainda não conseguem ser expressivas o suficiente. É o texto é justamente sobre isso. Por mais manipulara que seja a massa, ela começou a mudar. O texto é de 2013 e 2015 está aí para provar o que tinha falado. Nunca houve tantas prisões de peixes grandes da economia e política brasileira como em 2015. São as pessoas acordando e percebendo que tem o poder de mudar e ficar na inércia não leva a nada.

      Espero ter esclarecido sua dúvida.
      Abraços

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