Correções e mais correções

Dia 28 de março de 2013 foi um dia muito especial na minha jornada por ser a data em que finalizei a primeira correção do meu livro, coincidentemente, ou não, às 11:11 da manhã.

Como dito no post anterior, escrever é apenas uma pequena ponta do iceberg até você finalizar sua obra. Então, nesse post, aproveitarei para publicar o que aprendi em minhas pesquisas e estudos ao relatar alguns passos importantes e básicos para uma obra literária ficar, no mínimo, apta a ser objeto de algum tipo de indagação em editoras.

Em uma comparação simples, elaborar um livro seria como construir uma casa. Inicia-se com a elaboração de um bom projeto com esboço de início, meio e fim; saber bem as características de todos os personagens e o local onde se desenvolverá a obra é fundamental. No meu caso, o projeto bem delimitado foi importantíssimo para manter uma linha de raciocínio lógica no enredo. Vale salientar que esse esboço pode e deve ser mudado no decorrer do desenvolvimento, pois muitas das ideias ao serem transcrevidas para o papel acabam não se encaixando exatamente como imaginadas inicialmente.

Outro ponto importante ao se criar o projeto de um livro de ficção é obter uma ideia interessante e, pelo menos, em algum ponto, inovadora. O tema pode ser comum, mas ele pressupõe, ao menos, um ponto de vista diferenciado.

Logo, como na construção de uma casa, depois do projeto pronto, se começa pelos tijolos, obviamente, o livro inicia-se com a escrita. Eu inicio ao colocar as ideias no papel aproveitando ao máximo a inspiração sem me preocupar tanto com a forma. O fato de estabelecer metas de escrever, no mínimo 3 páginas por dia, me ajudou muito a manter o foco.

Finalizada a escrita, passa-se a uma das fases mais importantes da elaboração da obra: as correções. A metodologia que adotei foi de corrigir meu livro por 3 vezes.

Na primeira correção trabalho a melhoria da forma, as possíveis incoerências do texto e corta-se os excessos sem piedade. Os leitores são exigentes e não aceitarão um erro como descrever um personagem duas vezes de forma diversa.

Enfim, finalizada essa fase, inicia-se a segunda correção. Etapa no qual me encontro hoje. Nesse momento, imprimi o livro a fim de lê-lo em voz alta, focando na fluência das descrições e, principalmente, das falas; para não ter uma criancinha de dez anos falando “trigonometria” ou no alto teor da raiva do personagem principal, sair um desabafo como: “MAS QUE ESTAPAFÚRDIA”.

Após terminar a segunda correção, trabalharei nos retoques finais; seria como passar a ultima demão na pintura, colocar o mármore, decorar o quintal… A terceira leitura visa principalmente a gramática. Para que fique com o mínimo possível de erros de português e que eu possa chegar à máxima excelência que minha capacidade permite.

Enfim, só após essas etapas básicas poderei dizer que terminei com aquela sensação de dever cumprido ao dar o melhor de mim. Só não caia na armadilha de corrigir incontáveis vezes ao ponto de tornar uma obra inacabada, pois, acredite, cada vez que você corrigir, seja a ducentésima vez, você irá alterar alguma coisa.

Terminados esses passos, vou para a fase de “envio de originais”; visto que pretendo ser publicado por uma editora comercial (termo usado para as editoras que bancam seu livro) e não uma editora prestadora de serviço (termo usado para editoras que apenas prestam serviço e você quem banca parte ou toda a publicação). Futuramente relatarei mais sobre essa etapa.

Como dito no meu primeiro POST, o mercado de literatura fantástica para escritores brasileiros É DIFICÍLIMO; a grande maioria dos escritores e aspirantes são desprezados o que torna a caminhada mais difícil.

Segundo o relato de uma avaliadora de uma editora renomada, por incrível que pareça, a maior parte dos textos enviados às editoras para avaliação, não estão nem perto de estarem aptos a serem aprovados. Obtive essas informações através de cursos e palestras que me ajudaram muito a estabelecer minha metodologia de trabalho. Espero que eu esteja no caminho certo e futuramente consiga ter chances nesse mercado brasileiro literário carnívoro, dificultado pela importação principalmente de autores americanos e britânicos.

Por mais que as editoras tenham corretores, a escrita é minha ferramenta de trabalho e, ao enviar um livro, tenho consciência que serei avaliado em meio a tantos ótimos aspirantes a escritores. Então, esse trabalho de correção se torna essencial para se evitar pequenos erros que fazem muita diferença. Imagine você, como avaliador, com anos de experiência no ramo, milhares de originais lidos, ao receber uma obra que logo nas primeiras páginas contenham erros de português? Com certeza a obra será pré-avaliada negativamente e provavelmente será reprovada. É fundamental que o texto esteja impecável.

Mesmo assim, sabendo das dificuldades, não me deixarei abater pela quantidade de “NÃO” que atravessarão meu caminho. Alguns conseguem e, com um pouco de sorte e muito trabalho, eu hei de conseguir.

Mais uma etapa concluída na busca de meu sonho.

Escrita – OK; 7-10-2012

1ª correção – OK; 28-03-2013

2ª correção e 3ª correção – Meta: 20-08-2013;

Tiago Haubert

Tiago Haubert é escritor e sonhador, empresário idealizador da marca de roupas FORS e advogado. Mantém o blog Causos de um aspirante a escritor que traz dicas para escritores e tem o intuito de apoiar a literatura nacional. Escreve também no “blog Tiago Haubert” do site “Tudo sobre floripa”. Em 2015 terá seu primeiro romance – Enigmas dos Sonhos: O Pergaminho Encantado – publicado pela Editora Selo Jovem.

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